terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Elizabeth Santos Leal de Carvalho


Por Maíra Guedes


Elizabeth Santos Leal de Carvalho, nossa Beth Carvalho, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 5 de maio de 1946.
Dançou por toda a infância e sonhava em ser bailarina. Mas foi nas reuniões musicais em casa, com amigos de seu pai, que a música entrou de vez em seu coração, e o desejo de cantar se transformou em uma vida dedicada a entoar grandes sambas, em sua voz firme e imperiosa.
Grande intérprete de diversos compositores, era a preferida de Cartola, outro mangueirense de alma e coração.
No começo dos anos 60 com a Bossa nova, onde compôs algumas canções, abriu alas para mais quarenta décadas de grandes sucessos em sua voz através do samba.
Já cantou em diversas cidades ao redor do mundo todo, e já teve sua voz tocada no espaço, em “Coisinha do Pai”, em 1997. E também ficou, por conta de uma lesão, sem cantar, em 2009, e se recuperou depois de um ano e meio, retornando aos palcos com grande alegria.
Mesmo já tendo passado por diversos palcos importantes do mundo, Beth, inquieta, mantém sua essência de quem sabe e conhece a fertilidade dos compositores do povo. Onde estão, onde cantam, como cantam, como tocam. Sua paixão.
Já descobriu e apadrinhou muitos novos compositores, muitos de grande sucesso já, como por exemplo, Zeca Pagodinho.
Me lembro de uma vez, conhecer uma das produtoras da Beth, que me contou que para gravar um novo disco, Beth faz questão de recolher diversas composições de novos compositores e também de compositores consagrados. Escolhe algumas e grava em sua voz, e depois reúne um grupo grande de pessoas, médicos, advogados, funcionárias do lar, balconistas,etc, que por fim, escutam e pontuam cada samba, sem saber o seu compositor. Beth grava seu CD definitivo com as mais pontuadas.
Acho que o fato de ser apaixonada pela roda, é que a faz ter a sensibilidade de compreender que o samba não é estático, deve girar e conhecer o seu povo, o que ele faz, pensa, sente. Por isso, Beth continua sempre atual.
Dos seus 33 discos gravados, o 25º, “Pagode de mesa ao vivo”, traduz exatamente isso, o que Beth mais gosta de fazer. Reunir em uma mesa seus sambistas queridos e fazer a roda girar!
Pensando na força desta mulher, particularmente, me inspiro e suspiro um sorriso forte e alegre, com uma certeza no coração; não há beleza maior do que uma reunião com bambas, poetas e batuqueiros, que entoam sons, novas letras e ritmos que acompanham nossa pulsação.

Penso no nosso Sibipiruna, e como é lindo vê-lo crescer!

Que Beth encante o nosso lindo domingo, 2 de fevereiro, dia de Iemanjá, minha mãe sagrada!

E nos lave a alma com lindas ondas de alegria!

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