Clara Nunes trabalhava numa fábrica quando resolveu participar do concurso A Voz de Ouro ABC, em que foi vencedora na etapa mineira e terceiro lugar na final, em São Paulo, em 1959. A partir de então conseguiu um emprego em uma rádio de Belo Horizonte e se apresentava em casas noturnas da cidade. Em 1965 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde gravou seu primeiro disco, com repertório de boleros e sambas-canções. Depois de alguns álbus ainda com gênero indefinido, firmou-se no samba nos anos 70. Em 74, seu LP vendeu cerca de 300 mil cópias, graças ao sucesso do samba "Conto de Areia" (Romildo/ Toninho). Fio um recorde para a época, que rompeu com o tabu de que cantora não vendia discos e estimulou outras gravadoras que investissem em sambistas (mulheres) como Alcione, que gravou seu primeiro LP em 75 e Beth Carvalho, que transferiu-se para uma grande fábrica, a RCA, em 76. Os discos que se seguiram a transformaram em uma das três rainhas do samba dos anos 80, ao lado das outras duas referidas intérpretes. Clara gravou desde sambas-enredos até composições de Caymmi e Chico Buarque. Na segunda metade da década, lançou um disco por ano, todos com grandes vendas e gravações históricas, como as de "Juízo Final" (Nelson Cavaquinho/ Élcio Soares), "Coração Leviano" (Paulinho da Viola) e "Morena de Angola" (Chico Buarque). Ficou famosa também por suas canções calcadas em temas do Candomblé, sua religião, e por sua indumentária caracaterística, sempre de branco e com colares e missangas de origem africana. Morreu prematuramente após uma cirurgia malsucedida, causando consternação popular. (fonte: cliquemusic)
Sua conversão ao samba, seu respeito com a Velha Guarda, sua relação com as tradições afros, sua voz harmônica e potente fizeram de Clara uma das principais interpretes deste gênero musical, respeitada e admirada por todos os sambistas, independentemente de sua origem.
Assim, dia 03/06 o Projeto de Samba Sibipiruna terá o prazer e a honra em homenageá-la.
Aguardamos a presença de todos e todas.
Clara Nunes foi uma pioneira, abrindo espaço para outras cantoras e levantando a bandeira da cultura afro, pontuadamente o culto aos orixás do candomblé. Salve, mineira guerreira, nossa singela homenagem e nosso agradecimento!
ResponderExcluir