O mês de fevereiro vem chegando, e com ele todas as expectativas que giram em torno da maior festa popular do Brasil: o carnaval. Os ensaios das escolas de samba estão a “todo o vapor”, os blocos começam a se organizar, as viagens começam a ser marcadas, novas músicas começam a surgir e o clima de alegria e descontração passa a dominar os ambientes sociais. No mesmo sentido, o distrito de Barão Geraldo também respira este ambiente, e diversos blocos de carnaval passam a “esquentar os tamborins” para os tradicionais desfiles.
A característica principal do Carnaval de Barão Geraldo é ser eminentemente de rua, ou seja, um carnaval gratuito e aberto ao público em geral, que ocupa as ruas do distrito em busca de alegria e entretenimento. Num momento em que a mercantilização dos espaços de diversão vem criando critérios de seleção econômica e limitando a quantidade e a “qualidade” dos foliões (tais como escolas de samba e blocos pagos), o carnaval baronense representa um contra-ponto a este processo.
Ao mesmo tempo, ano após ano, o povo vem retomando as ruas, reconquistando o seu direito de brincar o carnaval, sem estar submetido à ordem do dinheiro. Em diversas cidades, o carnaval de rua vem crescendo e agregando moradores e turistas que aglomeram as ruas. Não poderia ser diferente no carnaval de Barão Geraldo.
A meu ver é muito bom que o processo de massificação do carnaval de rua de Barão Geraldo venha trazendo novos foliões, de diversas localidades da cidade. Trata-se de um processo de socialização da folia e do entretenimento, em que diversos grupos sociais de diversos gostos e preferências democratizam o seu lazer. Ao mesmo tempo é necessário que haja respeito às diferenças. É inadmissível que haja qualquer restrição a manifestação artístico-cultural a determinados grupos sociais, por conta de uma pseudo posição tradicionalista ou purista quanto ao carnaval. Muito menos que haja ações truculentas (como as da polícia civil e militar) em prol de uma suposta e aparente defesa da ordem e integridade patrimonial. Ou que haja qualquer tipo de opressão e assédio a qualquer pessoa queira expressar de sua forma a sua subjetividade (qualquer que seja).
Numa sociedade em que os espaços de participação e atuação política, artística e cultural são restritos, o carnaval ainda representa um dos poucos momentos de sociabilidade e espontaneidade. Torceremos para que este carnaval seja caracterizado pelo respeito às diferenças, muita alegria e muuuuito amor!!!!!
"E se não for falar de amor não quero nem ouvir ..."