terça-feira, 23 de setembro de 2014

Três anos de Alegrias e Emoções




 Se fossemos resumir o terceiro ano do Projeto de Samba Sibipiruna, poderíamos afirma que este foi marcado por muitas alegrias e emoções, decorrentes do fortalecimento das relações emotivas e afetivas estabelecidas entre as pessoas através da roda, e difundidas para o público em geral que vem chegando mês a mês e descobrindo uma forma particular de sociabilidade.

Neste ano, em diversos momentos a emoção aflorou nossos sentidos. Quem não não se lembra da singela homenagem que fizemos ao Sócrates (ex integrante do grupo Os Originais do Samba), e sua emoção ao receber as flores cobertas de aplausos? Quem não se lembra da homenagem póstuma feita a Helder Bitencourt (um dos grandes sambista da cidade de Campinas), a presença dos seus amigos e familiares, nosso minuto de silêncio regado aos sambas que ele mais gostava de cantar? E o arrepio que deu quando as mulheres soltaram a voz para homenagear Beth Carvalho no samba “Andança”? Foi tão bonito quanto o frio na espinha que sentimos quando todo mundo emocionado cantou “É proibido sonhar, então me deixe o direito de sambar (…)”, de Batatinha. E o sentimentalismo regado a wisky na homenagem a Vinícius de Moraes? Quem não se lembra da homenagem póstuma a Nelson Primo, Paquera e a alegre homenagem a Jair Rodrigues, quando tivemos a oportunidade de cantar alegremente diversos sambas-rocks e sambas-raps?

Mas de tantas emoções, acredito que um dos momentos mais marcantes de toda a nossa singela roda de samba foi quando do nascimento da Flora (filha de Bia Andrade), justamente no final da Sibipiruna, enquanto homenageávamos Sombrinha. A notícia foi chegando aos poucos, as pessoas foram se emocionando, o abraço final estava bem afetuoso. Quando a notícia foi completamente socializada, gritamos fortemente “Viva o Samba, Viva a Vida, Viva a Flora”. Não deu para segurar as lágrimas quando depois disso tudo, cantamos “O Show tem que Continuar”. A choradeira foi generalizada e contagiante.

Pois bem, neste ano consolidaram-se novos integrantes, novas amizades, novos compositores. Alguns se foram, outros chegaram. Brindamos o samba, a alegria, a amizade. De fato, a roda está crescendo e novos desafios vem surgindo. Que este novo momento jamais tire a essência inicial, espontânea e despretensiosa de nossa roda, que possamos manter sempre viva a nossa raiz e os reais motivos de nos encontrarmos mensalmente num bar para fazer, culturalmente, o que é de mais autêntico e original de nosso povo: O SAMBA !

Viva o Samba, Viva a Cultura Popular !!!
1, 2, 3, SIBIPIRUNA.

O quê? Aniversários de 3 anos do Projeto de Samba Sibipiruna
Quando? Dia 28/09/2014.

Onde? Bar Esquina 108, a partir das 16 horas.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Luiz Carlos "das" Vilas




Por Daniel Martins (Dan)


"O samba corre nas veias dessa pátria-mãe gentil."


Carioca nascido no ano de 1949 Luiz Carlos da Vila (tornou-se “da Vila” em 1977 quando entrou para a ala de compositores da G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel, ou quem sabe antes, por ser morador da Travessa da Amizade na Vila da Penha), descobriu a música na infância através de um acordeão, durante a adolescência ganhou um violão e frequentou aulas que mais tarde foram interrompidas devido ao desemprego do pai.

À partir do final da década de 70 participou do tradicional bloco Cacique de Ramos. Tornou-se nome respeitado entre os sambistas devido as composições sagazes, espirituosas e sempre mostrando preocupação com a realidade social e política do povo negro, do povo pobre. Compôs belas obras ao lado de Sombrinha, Martinho da Vila, Arlindo Cruz, Mestre Candeia. Em 1988, ano do centenário da abolição da escravatura, compôs em parceria com Jonas e Rodolpho o samba enredo “Kizomba: Festa das Raças” que deu a Vila Isabel seu primeiro título no grupo especial do carnaval carioca (Vale a leitura do texto de Américo Souza:


Ao lado de Dorina e Mauro Diniz criou em 2003 o Suburbanistas, espetáculo que cantava sambas de compositores do suburbio carioca, mais tarde o grupo se tornaria também o Bloco Suburbanistas que saia em Irajá, Oswaldo Cruz, Vila da Penha, Vista Alegre, Braz de Pina e Santa Tereza. Faleceu em 20 de outubro de 2008 e foi velado com as devidas honrarias que um sambista com sua história merece.

Em 2015 será a vez da G.R.E.S Unidos de Viradouro cantar na avenida mais uma linda e forte canção de nosso homenageado: “Nas veias do Brasil” será o samba enredo que marcará o retorno da escola ao grupo especial do carnaval carioca.


A notoriedade do poeta lhe rendeu flores em vida, ainda que muito aquem de sua linda obra, sendo assim venho, com a humildade de quem apenas engatinha nas veredas do samba mas que teve em Luiz Carlos da Vila uma de minhas primeiras referências, pedir licença para que nossa roda, através de seu nome, faça mais uma vez o samba correr em nossas veias.

Por essas e outras a Sibipiruna chama todos e todas a participar desta linda homenagem, dia 07, domingo, a partir das 15 horas, no Bar Esquina 108 (Próximo à Moradia Estudantil da Unicamp).