segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

80 anos de Ary do Cavaco

Na sexta-feira (17/02), Ary do Cavaco completaria 80 anos. E certamente estaria emocionado com o desfile da Portela, a escola de sua paixão.
O velho Ary foi um baluarte da azul e branco de Madureira, tendo participado de disputas de Samba-Enredo desde os 20 anos de idade. E mesmo no ano de sua partida, participou da disputa. O Samba derradeiro não venceu, mas a história que Ary escreveu em linhas harmônicas e melódicas foi muito mais importante.
Quem não se lembra de clássicos como Lapa em três tempos, gravado por Paulinho da Viola (“abre a janela formosa mulher, cantava o poeta trovador”)? Ou os refrões marcantes de Mordomia, gravada por Guineto (“Ô, Maria, ô, Maria! vamos parar já com essa mordomia”), e Reunião de bacana (“Se gritar pega ladrão não fica um, meu irmão”). Ao lado de outras tantas canções marcantes, Ary cantou a passagem de um Rio de boêmios e malandros para uma cidade cosmopolita e caótica.
Neste carnaval, neste mês, neste ano, lembremos sempre se Ary do Cavaco e do tempo por ele exaltado, quando “o Samba era no chão, briga era na mão, e com malandro não tinha vacilação”.
Otacílio da Mangueira e Ary do Cavaco

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Clementina de Jesus




Clementina de Jesus é uma das figuras mais importantes no mundo do Samba. Negra, mulher e filha de escravos, Clementina representa em sí mesma toda a história do antepassado afro-descendente, das mulheres matriarcas, enfim, de um grupo social pouco valorizado em nossa sociedade.
Nascida na cidade de Valença (RJ) em 1901, e descoberta por Hermínio Bello de Carvalho no morro da Mangueira, após ter trabalhado como empregada doméstica por mais de 20 anos, Clementina de Jesus passou a viver da sua arte, já acima dos 60 anos de idade.
Clementina foi porta-voz das tradições de origem afro, soltando sua potente voz para cantar sambas, corimás, jongos, cantos de trabalho e assim por diante. Assim, ela representa toda uma síntese da ancestralidade cultural do povo negro com a relativa modernidade do samba urbano.

E é por isso que o Projeto de Samba Sibipiruna terá a humilde honra de homenageá-la. 
Estão todos convidados. Dia 04/03, na bar Esquina 108, Barão Geraldo, Campinas - SP.