segunda-feira, 28 de novembro de 2011

"Muita gente vai chorar quando eu fechar o paletó"




O mês em que se celebra a Consciência Negra finda com a partida de um grande representante desta nossa cultura, tão rica e reprimida. E o mês em que se comemora o Dia do Samba começa com a saudade de um dos maiores bambas do Samba rural paulista. Caipira com orgulho, da velha Piracicaba, Toniquinho Batuqueiro faleceu na noite de 23/11, deixando-nos como herança um relicário de elevado valor estético, harmônico e melódico. Sua voz grave e o sotaque típico eram marcas características, como uma assinatura difícil de ser imitada. Contemporâneo de Geraldo Filme, Zeca da Casa Verde, Pato N’Água, Pé Rachado, Madrinha Eunice, Carlão do Peruche, Zé Maria e tantos outros, Toniquinho marcou presença nas rodas de Samba e nas agremiações por que passou. Neste domingo (27/11) iria à Praça do Samba, organizada na Vila Madalena pelo Cordão Kolombolo, como homenageado especial. E, de fato, esteve presente, tanto na figura carismática de seus familiares quanto no repertório executado durante a batucada.

"O terreiro tá que é poeira só
Muita gente vai chorar quando eu fechar o paletó"

Teve sim, muita lágrima. Mas essa despedida guardou muitos sorrisos também, e a felicidade expressa no rosto daqueles que tiveram o prazer de conhecer a obra ou a pessoa.

Com o intuito de cumprir a parte que nos cabe e manter viva a memória deste grande mestre, a ele prestaremos nossa homenagem na roda de Samba do Sibipiruna, cantando parte de seu repertório junto ao de Geraldo Filme. Contaremos, para tal, com a presença de Rodrigo Dias, um dos compositores do Kolombolo, grande admirador e conhecedor da obra e das histórias de Toniquinho Batuqueiro.



O encontro está marcado: Dia 04/12, domingo, a partir das 14h, Projeto de Samba Sibipiruna no Bar Esquina 108, Rua Julia Leite de Barros, 108, Barão Geraldo, Campinas – SP. Homenagem a Geraldo Filme e Toniquinho Batuqueiro, grandes representantes do Samba Tradicional Paulista.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O SAMBA ERA NO CHÃO

Domingo, 06 de novembro de 2011. Por volta das 14h o sol dava pinta de que não viria prestigiar nossa roda de Samba. Justo essa, em que estrearíamos um momento pra apresentação de composições autorais, em que prestaríamos homenagem ao saudoso Ary do Cavaco... Eis que, mal começam as atividades, o sol "abre a janela" entre as nuvens e toma seu lugar.
As composições autorais, de incrível bom gosto e diversidade. Até um Samba Exaltação ao nosso Projeto (Acontece Comigo, do camarada Douglas Garzo e mais um parceiro cujo nome agora me foge)... é, "malandro é malandro, mesmo!"
Na homenagem ao velho Ary, "o Samba era no chão", uma energia muito maneira tomou conta da roda que graças ao empenho de vários parceiros esteve de primeira, como bem merecia o poeta trovador.
Assim seguiu a roda, para além das 22h, sem deixar cair. Abençoados pela sombra das sibipirunas, os batuqueiros foram se despedindo com a certeza do dever cumprido e de que a próxima "reunião de bacana" (04/12, homenagem a Geraldo Filme) seria igualmente especial.

SIBIPIRUNA EM FLOR


O Projeto de Samba Sibipiruna nasceu das discussões estabelecidas por um grupo de amigos sobre a necessidade de se criar um espaço aberto, de agregação e convívio, onde se pudesse expressar e manifestar a forma mais autêntica da cultura popular brasileira, o Samba, rever e fazer grandes amigos, conversar, desabafar, cantar e dançar sem qualquer tipo de preconceito. Assim, pretendemos que este novo espaço seja para todos, desde novos compositores e batuqueiros, naturalmente dentro dos limites do respeito aos Sambistas, às pessoas e à roda.
O nome Sibipiruna faz menção às árvores que nos protegem e acolhem em nossa investidas ao Samba. Simboliza, através das raizes, o próprio passado, lembrança daqueles que, de alguma forma, contribuíram para que estivessemos juntos nas batucadas, cantando, tocando e fazendo Samba. O tronco representa a base, firmeza, segurança de nossas ideias e convicções. Os galhos significam as ramificações e a diversidade, a soma de muitos, respeitando-se as individualidades de cada um, resultando um coletivo coeso e diverso. Por fim, as folhas e frutos representam o próprio futuro e a continuidade.
Nossos encontros estão divididos em três momentos distintos: No início, os compositores apresentam Sambas autorais (envie suas brasas para samba.sibipiruna@hotmail.com). Acompanhados pela letra ou cifra da música, os demais participantes vão dela se apropriando e, no final, todos já estão cantando juntos. Na sequência, prestamos uma homenagem a um grande baluarte do Samba (nome, este, definido na edição anterior), cantando suas músicas, batendo um papo sobre sua história e contextualizando o passado e o presente. No final, uma roda de Samba aberta, onde se canta, toca e dança, sempre com muito respeito aos colegas e ao Samba em si.
O convite está feito: Todo primeiro domingo do mês, no Bar Esquina 108, pertinho da Moradia Estudantil da Unicamp (Rua Julia Leite de Barros, 108, Barão Geraldo, Campinas - SP), a partir das 14h. A semente já foi lançada, venha ajudar a cultivar o Samba da Sibipiruna!